O Crime Ambiental
Conversa afiada
O crime da bicicleta
Há dois anos, Jorge Brand, Fernando Rozenbaum e Juan Parada – ativistas do coletivo de arte e urbanismo Interlux – foram apreendidos e acusados de delito ambiental. Crime: terem pintado uma faixa para bicicletas num trecho de asfalto da Augusto Stresser, Alto da XV, durante comemoração do Dia Mundial sem Carro. O trio recorreu da sentença duas vezes, sem sucesso. Veja a defesa do filósofo e iogue Jorge Brand, 28 anos.
O que você diria à turma da prefeitura?
Que não entende o significado do nosso gesto. O procurador Ivan Bonilha diz que se reconsiderar, vai abrir precedentes para outros processos de pichação. Mas não pichamos a rua. A ação foi feita à luz do dia, como um gesto de desobediência civil.
Em que pé está a briga?
Para começar, havia 50 pessoas na Stresser em 2007, mas só nós três fomos levados à delegacia. Por que não prenderam todo mundo? É arbitrário. Nossa multa está na Dívida Ativa e soma mais de R$ 1 mil para cada um. Podemos pagar, mas invalidaria nossa luta.
Os ciclistas declararam guerra…
Não, mas estamos insatisfeitos. Há muito discurso em torno do Plano Cicloviário, mas na prática o ciclista não está incluído nos projetos urbanos. Falta diálogo. O prefeito diz que gosta de bicicletas, mas acho que não.
Publicado originalmente no Entrelinhas, de Cláudio Feldens (colaborou José Carlos Fernandes).
A gente pergunta sobre os precedentes, as “pichações” feitas nas ruas durante as copas do mundo e em outros eventos populares. E pergunta também sobre as “pichações” feitas pelos condomínios para demarcar a entrada de seus prédios. E sobre as pinturas publicitárias em faixas de segurança para pedestres, que não deveriam ser admitidas nem mesmo mediante o pagamento de taxas.
No caso da ciclofaixa, nunca ocorreu depredação do patrimônio público, nem foram colocadas vidas em risco (ao contrário, reduziu os riscos para os usuários de bicicletas e também para os motoristas respeitadores da sinalização de trânsito!). Pichar é depredar. Fazer ciclofaixa é tentar ordenar em favor do desprotegido o que está desordenado. Por isso, pode-se dizer que a multa tem cunho meramente político (quase que partidário), e tem por objetivo apenas amarrar e desestimular os movimentos sociais em favor da bicicleta.
Querem interromper as pressões por melhores condições para a vida urbana, por meio de um mecanismo legal, mas fazendo dele um uso completamente distorcido, quando na esfera penal é preciso interpretação estrita da lei. Querem se garantir tentando manchar o currículo desses jovens corajosos, só porque ousam denunciar que o rei está nu.
Queremos motoristas nas ruas, e não pilotos.
Atualização, em 20/10/2009.
Dia 29 haverá manifestação nas proximidades da Procuradoria municipal e Prefeitura. Ajude a protestar contra essa iniquidade.
Crime Ambiental ? Nem a pau!
Demarcações da FIEP na ciclovia são pichações? « bicicletada curitiba 08:49 on 21 Outubro, 2009 Permalink | Inicie a sessão para responder
[…] de tudo, essa pintura não tem como ser enquadrada na qualidade de pichação, assim como a ciclofaixa também não! Só mesmo a vontade de punir e refrear a pressão social em favor da bicicleta para […]
Das Buch 09:14 on 21 Outubro, 2009 Permalink | Inicie a sessão para responder
Qual é a hora e local de saída?
Peters 11:26 on 21 Outubro, 2009 Permalink | Inicie a sessão para responder
Creio que a idéia é fazer panfletagem, exposição de faixas e cartazes e outras atividades na esquina da Cândido de Abreu com Lysimaco, a partir das 15 horas.
Ciclofaixas « Grupo Transporte Humano 10:12 on 28 Outubro, 2009 Permalink | Inicie a sessão para responder
[…] Um vídeo publicado essa semana, por nossos parceiros do Street Films, mostra como as ciclofaixas estão transformando a cidade de Nova York. O vídeo está em inglês mas as imagens dizem muito. É difícil imaginar que algo como uma ciclofaixa possa ser vista de forma negativa, passível até mesmo de punição. […]
jesse Teixeira 18:22 on 28 Julho, 2010 Permalink | Inicie a sessão para responder
aproveitar o momento politico e mandar vé